Opções em um mundo livre

Observação importante: Este artigo não será publicado no Planeta Ubuntu Brasil para evitar qualquer consternação entre os autores do mesmo. O assunto aqui discutido é conteúdo de minhas idéias pessoais e de forma alguma representa a opinião de nenhum grupo.

Esta semana começou um pouco tumultuada para a turma do Planeta Ubuntu Brasil, devido a um artigo publicado pelo José Vitor. O artigo em si não tinha nada de grave na minha opinião, mas algumas dos autores que fazem parte do planeta o interpretaram como um ataque desnecessário à imagem do Ubuntu… outros, como eu, viram um artigo onde o autor relata a sua frustação com o que ele chama de “sistema obeso”.

O problema, de acordo com alguns dos autores que se manifestaram na lista de discussão reservada somente para os autores do Planeta, foi duplo:

  • Criticas que poderiam afastar potenciais usuários deste distro;
  • O fato que outra distribuição, Foresight Linux, foi mencionado em um terreno obviamente focado no Ubuntu;

A discussão que rolou não foi nada sadia para os envolvidos, e como todo flamewar que rola nos bastidores do mundo de software livre, entre mortos e feridos, quase todos se salvaram… quase todos por que um dos autores foi removido da lista de discussão involuntariamente, mas isso é assunto para outra outra vez…

O problema, na minha opinião (e algumas vezes mencionada durante a discussão), é que muitos desejam que o Planeta seja um agregador de artigos sobre a distribuição, e não um agregador de blogs de pessoas vinculadas à distribuição, idéia original quando eu propuz a sua criação (veja https://lists.ubuntu.com/archives/ubuntu-br/2005-October/001597.html).

Mas como tudo na vida muda, com a saída e entrada de novos autores, o propósito do Planeta foi lentamente sendo modificado para se tornar um agregador de notícias voltadas somente ao software livre, mas excluindo qualquer outra distribuição GNU/Linux de seu roteiro. Com esta “evolução” eu mesmo tive de modificar o meu feed para que somente assuntos relacionados ao Ubuntu fossem agregados. Para muitos, esta atitude faz sentido, pois a grande maioria dos leitores são usuários do Ubuntu e não querem saber como se instala o programa X na distribuição Y!

Infelizmente esta mentalidade e atitude tem o seu lado negativo para o usuário que deseja manter uma mente mais aberta e não se ofende ao ler matérias expondo outras opções neste grande leque de sistemas operacionais baseados no GNU/Linux que hoje povoam o mundo sdo software livre. Claro que se eu ficar um dia interessado em distribuição Y, é só procurar no Google que você encontra toneladas de sites com artigos de apresentação, mas será que é tão ofensivo assim mencionar nomes de outras distribuições junto ao nome do Ubuntu?

Bem, a discussão causada pelo artigo do Sr. José Vitor mostrou mais uma metamorfose que o planeta sofreu nos últimos meses, onde existe uma nova “regra” condenando artigos que sejam negativos à imagem do Ubuntu. A “lógica” é, mais uma vez, “o que os olhos não lêem, o coração não sente!” Onde será que eu já vi isso? Um sistema operacional que tenta ao máximo esconder seus problemas até o último momento? Já vi este filme antes…

Mas quero deixar algo bem claro: esta mentalidade é proveniente de alguns autores do Planeta Ubuntu Brasileiro e não necessariamente da distribuição!

Então quero aproveitar a oportunidade para fazer a minha sugestão sobre qual distribuição, você leitor deste blog, deveria usar segundo a minha opinião. Mas opinião é igual… nariz; cada um tem o seu!

Ubuntu: Para quem quer um sistema fácil de instalar e que não requere conhecimento nenhum de sistemas operacionais OU para aqueles que não se preoculpam mais com compilar seu sistema para deixá-lo enxuto. Este seria o sistema que eu recomendaria ao meu pai! • Mandriva: Para quem quer um sistema fácil de instalar (não, não estou me repetindo, ou você pensa que só existe um sistema GNU/Linux fácil de usar?) e um sistema bem polido e apresentável! • Fedora: Para quem precisa de um sistema que acompanha os lançamentos de tecnologia de ponta E precisa de algo que seja bem parecido com o RHEL em termos de arquitetura e comandos do sistema. Para os leitores que são administradores de sistemas, o Fedora te permite ter um mini-RHEL onde você pode brincar à vontade. • Foresight: Para os fanáticos do GNOME, tecnologia de ponta, com acesso à banda larga e senso de aventura! O sistema de gerenciamento de pacotes por si só vale a pena! Este é o sistema que vou instalar para o meu pai, mas só porque eu também uso e fica mais fácil prestar serviços.  ;) • Arch: Para quem quer um sistema enxuto, leve, e não tem medo da linha de comando. O sistema de gerenciamento de pacotes, pacman, é simplesmente genial!

Claro que existem outros sistemas que merecem atenção, como o Debian, Gentoo, Slackware, etc… Todos capazes de fazer tudo que os outros mencionados podem fazer, uns de forma menos dolorosa que outros. Mas os sistema citados acima são os que eu recomendo aos amigos e desconhecidos, depois de escutar sobre os seus motivos e necessidades.

A beleza do software livre é justamente este poder de escolha que cada um tem ao escolher seu sistema e programas. Facilitar o acesso à este tipo de informação é muito importante para quem se chama de amante de software livre… mas tomar a decisão pelos outros é pura hipocrisia!

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